"Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia" a fala do pesquisador Jessem Orellana manchetou as home pages dos principais veículos desta quinta-feira.
Coronel Franco Duarte representou o Ministério da Saúde em coletiva. (Imagem: Internet | Edição: Carlos Santana) | |
O esgotamento da oferta de oxigênio repercutiu no Brasil nesta tarde pelas redes sociais através de vídeos e relatos de familiares dos internados nos hospitais amazonenses. Ao que se vê um verdadeiro caos no ponto de vista médico, haja vista o momento de colapso na rede pública e privada do estado.
Famílias apelam por socorro enquanto pessoas morrem asfixiadas sem o auxílio do principal insumo para os respiradores.
O aumento de novas contaminações do novo coronavírus, e inclusive na sua variante, fez com que os hospitais passassem a reduzir a quantidade de leitos, fazendo com que doentes tivessem que ser tratados em casa. Familiares nesta condição tiveram até mesmo que buscar pessoalmente tubos de oxigênio para o tratamento dos seus.
(Imagem: Twitter @AndreiaSadi) |
Em dezembro, o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) decretou "loockdown" gerando forte reação do povo que foi desfavorável à medida. Após protestos intensos nas ruas promovidos por comerciantes e populares, o governo recuou permitindo afrouxamento e por conseguinte aglomerações - atenuadas pelo período de festas de fim de ano.
A renda seria reduzida novamente devido ao fim do auxílio emergencial e se tornou o argumento dos apoiadores contra o isolamento total. Sem contar as condições peculiares da região que impedem, por conta da pobreza, a aplicação prática da máxima "fique em casa".
O ministro perito em logística e lotado no ministério da Saúde Eduardo Pazuello, viajou recentemente para o solo amazonense para fazer propaganda da cloroquina (medicamento comprovado ineficaz para o trato da covid-19) e um aplicativo. Nenhuma medida na ocasião da visita foi tomada mesmo na iminência do aumento de casos e mortos.
A publicação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais indica que aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) foram ao socorro dos amazonenses levando oxigênio ao encontro de Manaus.
O histórico da unidade federativa com maior crise endêmica e as denúncias de corrupção do Ministério Público com buscas realizadas pela Polícia Federal, mostram que gestores locais possivelmente estão envolvidos em superfaturamentos desde 2016. Os desvios correm na cifra de R$100 milhões. No ano passado, o atual governador, o vice Carlos Almeida, e a ex-secretária de Saúde Simone Papaiz foram investigados pelo MP.
Em gesto de apoio, alguns estados se prontificaram a ajudar o AM e pacientes já estão sendo transferidos para Teresina (PI) conforme o Ministério da Saúde.
O que se conclui neste momento é a consequência da evidente falta de liderança do presidente nada diplomático, de um governador possivelmente corrupto e um sistema que se tornou mortal para toda a população. Triste dia.
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