OPORTUNISMO POLÍTICO E CONTRADIÇÕES DO GOVERNO LULA NA INDICAÇÃO PARA O STF

O retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cena política brasileira trouxe consigo uma série de expectativas e promessas de mudanças profundas. No entanto, uma recente decisão do governo  Lula de não se comprometer com a indicação identitária de uma mulher negra para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) expõe as contradições e o oportunismo político que marcam sua campanha presidencial e atos de governo.


Embora diversas alas da esquerda se esforçam para "passar pano" nas contradições do presidente eleito versus o candidato, as atitudes falam por si.
(Imagem: Internet | Montagem: Carlos Santana)

Desde o início de sua campanha, Lula e sua equipe de comunicação vêm fazendo uso de discursos e retóricas voltadas para o fortalecimento da representatividade e da inclusão social, prometendo um governo que valorize a diversidade e combata as desigualdades. No entanto, quando confrontado com a oportunidade de efetivamente promover a representatividade, Lula optou por seguir o caminho político tradicional, desconsiderando a indicação de uma mulher negra para o STF.


Esta contradição fica ainda mais evidente quando lembramos das inúmeras vezes em que o presidente criticou seu antecessor, Jair Bolsonaro, por supostamente negligenciar questões relacionadas à igualdade de gênero e à inclusão racial. No entanto, ao não se comprometer com a indicação de uma mulher negra para o STF, Lula demonstra que suas promessas de inclusão são apenas palavras vazias, usadas apenas para ganhar apoio político.


Além disso, vale destacar que, durante seu governo, Lula teve a oportunidade de indicar ministros para o STF, mas optou por seguir a mesma lógica partidária que critica em seu adversário político. As indicações para o STF foram, em grande parte, influenciadas por acordos políticos e considerações partidárias, em vez de critérios estritamente técnicos e meritocráticos. Isso não condiz com a retórica de um governo comprometido com a justiça social e a inclusão.


A falta de comprometimento de Lula com a indicação identitária de uma mulher negra para o STF também levanta questões sobre a sinceridade de suas políticas de combate ao racismo e à discriminação. É importante lembrar que, durante sua gestão como presidente, Lula teve a oportunidade de implementar medidas efetivas para combater o racismo estrutural no Brasil, mas muitas delas ficaram apenas no papel.


Em vez de abraçar a oportunidade de fazer história ao nomear a primeira mulher negra para o STF, Lula escolheu seguir uma agenda política convencional, que privilegia interesses partidários e políticos em detrimento da verdadeira representatividade e inclusão. Isso é decepcionante para aqueles que acreditavam nas promessas de mudança e justiça social do presidente.


Em conclusão, as contradições do governo Lula na indicação para o STF evidenciam o oportunismo político e a falta de comprometimento com as promessas de representatividade e inclusão. Em vez de agir de acordo com sua retórica progressista, Lula optou por seguir a cartilha política tradicional, minando a credibilidade de suas intenções e o potencial de efetuar mudanças reais no Brasil. É fundamental que os eleitores estejam atentos a essas contradições e cobrem dos líderes políticos um comprometimento real com a inclusão e a igualdade.

 

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